Acredito que não, as concepções metodológicas que comumente organizam o ensino na modalidade EaD referem-se a necessidades básicas do processo educacional e devem pautar-se nos objetivos propostos para a educação, assim como deveria acontecer na modalidade presencial. 

A educação, em qualquer modalidade, demanda objetivos e concepções claros, que devem se materializar no planejamento da utilização de ferramentas, recursos e metodologias de avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Assim, acredito que as preocupações sobre as quais o DI se volta são as mesmas com as quais a educação presencial trabalha, no que se refere ao planejamento do processo.

É interessante refletir sobre a forma com a qual criam-se distinções entre as modalidades  em vez de visualizarmos como as diferentes metodologias e os recursos tecnológicos podem colaborar para aprimorar o processo de ensino, seja na modalidade EaD ou presencial. As críticas, em qualquer dos contextos formativos, devem se voltar para os usos descontextualizados das ferramentas educacionais e para uma visão que desconsidera a historicidade do seu desenvolvimento e da sua utilização.

Percebo que os âmbitos citados por Filastro (2008) na definição de Design Instrucional também abrangem o ensino presencial: no preparo de um curso, ou de uma aula, existe o processo de criar soluções educacionais (considera-se o público e os objetivos durante o seu desenvolvimento, implementação e avaliação), o produto em si (o formato que será dado à aula ou ao curso), o corpo teórico que fundamenta as ações educativas e a atividade profissional, que envolve a metodologia adotada pelo docente.

Ainda conforme Filastro (2008), a tendência é que tenhamos uma educação sem distâncias, em que tanto o ensino tido como presencial tenha momentos a distância quanto o ensino tido como a distância tenha momentos presenciais (além daqueles que envolvem tarefas avaliativas).

Penso que independente da modalidade, o planejamento é primordial, indispensável na organização do ensino. Assim como no ensino a distância, no ensino presencial é necessário prever os caminhos para o aluno aprender, também identificar quem é esse aluno, qual o perfil da turma, o que motiva o aluno e que tipos de atividades podem ser propostas, considerando o diagnóstico que precisa ser realizado.

Entretanto, é preciso também considerar que a exigência dos recursos para EAD são maiores e talvez mais desafiadores, por se tratar de um ambiente que se espera mais autonomia discente.

Para mim, o foco deve ser a interação, pensar ferramentas que sempre possibilitem a interatividade, isso também para o ensino presencial, pois qualquer ambiente de aprendizagem, onde o sujeito/aluno é mero espectador, e não protagonista, o resultado certamente não será exitoso.

Então, depois de conhecer um pouco mais sobre o Design Instrucional acredito que como processo, produto ou atividade profissional, o DI pode promover soluções inovadoras para os grandes desafios que temos tanto no ensino a distância quanto no ensino presencial.

O Design Instrucional é um instrumento para promover novas soluções para a educação, seja ela EAD, ou não.Acredito que planejamento, organização e clareza nos objetivos sejam essenciais para qualquer modalidade de ensino.

A educação é desafiadora, tanto na modalidade presencial, quanto na modalidade EAD, talvez uma diferença crucial entre as duas modalidades seja a necessidade de certa independência para o estudante da EAD, por isso acredito que deve ser aplicada para alunos jovens e adultos.

Educar é sobretudo um ato político, corremos riscos e tentamos prever o que pode vir a acontecer, mas na prática,a educação presencial e a educação à distância, passam pelos mesmos problemas, então porque não ter as mesmas soluções?

Apesar de estar comumente associado a modalidade de Educação à distância, acredito que o DI não é somente para a EAD. No vídeo disponibilizado,  Filatro deixa claro que o DI é um processo de criação de soluções educacionais para problemas de aprendizagem, envolvendo as etapas de análise dos problemas, design, desenvolvimento, implementação e avaliação. Quando nos reportamos a modalidade presencial, todas essas etapas se fazem necessárias. Dificilmente os resultados serão satisfatórios se não houver um bom planejamento. Ressalta-se vivemos em um novo modelo de sociedade, modificado pelo uso de tecnologias da informação e comunicação, que integram nosso cotidiano e que modificam a dinâmica da escola. Dessa forma, podemos inferir que em alguma medida a educação presencial se vale de recursos utilizados na EAD. Por isso, acredito que não há como haver separação entre aquilo que é exclusividade de uma ou de outra modalidade, ou pelo menos não deveria.

A EAD permite o acesso à educação através do diálogo, ligando pessoas em diferentes locais, ainda que remotos, modificando tempo e espaço, tornando a educação mais democrática.Porém tem suas especificidades que torna imprescindível o uso do Design Educacional. Como não existe o contato direto, criar vínculo entre todos os participantes e entre os estudantes com o professor requer um investimento no uso de tecnologias que permitem o diálogo, o trabalho em equipe e a troca de ideias entre os participantes, esses espaços precisam ser desenhados e o público alvo precisa estar no centro das atenções durante o planejamento dessa modalidade de educação. Além disso, o estudante de EAD precisa ser autônomo no seu aprendizado, havendo necessidade de organização para que seu estudo se torne eficaz na busca pelo conhecimento. A plataforma, assim como os professores precisam dar suporte e orientação para facilitarem esta organização.

Porém, o Design Educacional também faz parte da Educação na modalidade presencial, conforme já havia dito no fórum anterior, me vi na explicação sobre Design Educacional de Filatro. Enquanto educadora do ensino fundamental de uma Escola pública planejo minha aula para determinada turma, pensamos no público alvo, nos conhecimentos e nas respostas para cada estratégia utilizada que a turma me dá. Penso no tempo de aula, no espaço disponível para a realização desta aula, nos materiais a serem utilizados, se posso trabalhar com os alunos em equipe ou de forma individual. Crio ferramentas de aprendizagem, e isso também é design educacional.

Eu acredito que um design Educacional bem feito e realizado na sua essência contribui para a Educação Inclusiva, uma vez que ao pensar no público e propor soluções para os problemas de aprendizagem não deve deixar ninguém de fora.        

Justamente. A pergunta com que finalizas a proposta de discussão era justamente minha questão desde o início da leitura. Afinal, "o bom planejamento do material didático é fundamental" para o processo de ensino em qualquer modalidade. Como trabalhei com ead desde a época da graduação, bato muito nessa tecla.

Acredito que esse enfoque é comumente dado com mais ênfase na modalidade ead porque, nessa modalidade, tudo que se faz fica "à mostra". Na ead não existe o "fechar a porta da sala-de-aula e aqui dentro eu sou o professor"...

Com certeza, são questões e preocupações que se tem enquanto educador, independente da modalidade de ensino. Só não ficou claro ainda para mim, como funciona a revisão ao longo do processo, quando se trata de uma educação a distância, de um curso específico. Se é possível remodelá-lo de acordo com as necessidades do grupo ao longo do processo ou é necessário seguir até o fim com o mesmo recurso? Sei que no modelo que temos aqui, é possível rever e criar novos recursos. Mas, penso em um curso criado para profissionais de uma determinada empresa, um curso modular, como adaptá-lo ao longo do processo?

Imagino que seja difícil depois de implementado, mas que deve ser necessário um bom conhecimento da empresa e dos profissionais que ali trabalham e fazer  a aplicação de curso piloto com alguns profissionais antes de executar com todos. Seria assim? Fiquei curiosa!

E, quanto aos diferentes perfis e estilos de aprendizagem, na EaD podem ser utilizados recursos variados, mas o educando que terá de se adaptar a cada recurso, em alguns terá mais facilidade em outros pode ter mais dificuldade. E, aí está a importância das atividades de mediação e de espaços abertos de diálogo (com o feedback do professor constantemente).

Percebo que mesmo as tecnologias fazendo parte da vida das pessoas, ainda é difícil para muitos a educação a distância, ou mesmo a educação presencial com o uso de tecnologias. Pelos desafios que elas nos levam, pelo medo de encarar o novo. O medo de entrar na piscina e nadar até sair do outro lado...

Acredito que este conceito aplica-se a todo tipo de atividade educativa. Ao mesmo tempo em que, percebo que este cuidado com preparação de materiais diferenciados, adequados ao perfil e as necessidades dos sujeitos a quem se dirigem, acessíveis do ponto de vista de linguagem e apresentação, tem sido muito da educação na modalidade em EAD. Concordo que é uma exigência mais iminente nessa modalidade, uma vez que, todas as ações e intervenções docentes devem estar bem definidas antes da proposição aos alunos.  Porém, é como já disse, um cuidado que deve estar aplicado a toda forma de educação e da qual depende diretamente o êxito das atividades educativas. Logicamente, na educação presencial o professor precisa estar "antenado" às demandas dos alunos, aos sinais, às subjetividades, as necessidades do grupo e dos indivíduos, do contrário, a atividade docente corre o risco de tornar-se mera transmissão/depósito de teorias vazias, desvinculadas da realidade. Há diversas formas de inteligência, há diversas formas de apreensão dos conteúdos, assim, há múltiplas formas de ensino e de apresentar/buscar o conhecimento. A criatividade, o uso e a exploração das novas tecnologias tem muito a oferecer à educação em todos os níveis. É inconcebível uma educação que seja voltada à indivíduos tecnológicos e ainda use apenas os recursos do século XIX.  Trata-se de um modelo de educação que não atrai, não aguça, não desperta o questionamento, a pesquisa, o pensamento crítico e não fomenta a interação com um mundo digital. 

Olá!

Com certeza todos estes aspectos: o bom planejamento do material didático, os possíveis caminhos e os diferentes perfis de aprendizagem são ou devem ser preocupações do ensino presencial também.

Em relação à desmotivação, vejo que o ensino à distância acaba tendo uma tendência maior à desistência dos estudantes por vários fatores, entre eles, a falta de organização do tempo dedicado às atividades que acaba gerando o acúmulo de tarefas e, consequentemente, a desistência do curso. Neste ponto, destaca-se a importância do design instrucional pois o desenvolvimento e a utilização de métodos, materiais e recursos interativos tornam os estudos e o aprendizado muito mais interessante e atrativo. Falo enquanto aluna de cursos à distância. Já tive várias experiências nesta modalidade de ensino e posso afirmar que o uso de diferentes métodos e técnicas pelosados pelos professores fazem toda a diferença no processo de ensino e aprendizagem.

Concordo que na modalidade EAD o design instrucional é muito importante tendo em vista que precisa facilitar o processo para que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos. No entanto, pode e deve ser usada na modalidade presencial, tendo em vista a dificuldade que nossos alunos têm em se concentrar para se apropriar das informações. Para superar as dificuldades que se apresentam diariamente no processo de ensino-aprendizagem precisamos lançar mão de  diferentes ferramentas que auxilem neste processo, propondo soluções para estes problemas. Assim, o DI que tanto auxilia a modalidade EAD, deve ser trazida para a modalidade presencial com o intuito de superar tais dificuldades e ensinar de forma que os aluno se aproprie dos conhecimentos de forma significativa.

De fato, o planejamento do ensino tem fundamental importância tanto no ensino presencial quanto no ensino à distância. Mas há alguns fatores que existem com mais facilidade no ensino presencial, e para que isso seja solucionado no ensino à distância, o planejamento torna-se ainda mais imprescindível. São fatores como comunicação e troca entre alunos e professores, e a maior disciplina que o aluno deve ter. Acredito que o ambiente e funcionamento do Ensino à Distância devem ser capazes de manter o aluno motivado.

Pessoalmente, gosto da sensação de regularidade, e ter ideia do que virá no decorrer do processo. Para mim é importante, pois auxilia na organização das minhas ideias previamente, auxiliando assim a entrar no contexto e ver sentido no conteúdo.

Certamente esses fóruns abertos nos “e-books” da presente Unidade Curricular passaram por um processo de planejamento, e eles têm me auxiliado a elaborar melhor o conteúdo, bem como me sentir melhor inserida no contexto do aprendizado que temos aqui.

Boa noite! Entendo que não. A preocupação em promover a aprendizagem está presente em todas as modalidades de ensino. Toda a sistemática que envolve o design instrucional tem a finalidade de elaborar materiais e recursos educacionais que favoreçam e viabilizem a aprendizagem, embora essa utilização seja mais evidente no EaD, por conta de suas características. No entanto, é cada vez mais difícil "prender" a atenção dos alunos em sala de aula, no sistema tradicional; assim, a utilização de novas tecnologias certamente é o caminho possível para avançarmos na cada vez mais difícil tarefa de proporcionar a aprendizagem.