Discussões presentes no livro digital [Módulo 3]

Técnicas do Storytelling

Técnicas do Storytelling

por Douglas Paulesky Juliani -
Número de respostas: 16

Contar histórias ou storytelling é uma das formas mais antigas de repassar o conhecimento entre gerações. Histórias envolvem, ilustram e nos fazem refletir. Integrar histórias no seu material didático poder ser uma excelente opção. E para isso existem diversas técnicas (técnicas de storytelling).O que você percebe de interessante nas técnicas de contação de histórias que podem ser aproveitadas em recursos didáticos?

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Re: Técnicas do Storytelling

por Alessandra Bernardes Bender -

Acredito que o formato ‘Nós somos parecidos’, apresentado no vídeo “Storytelling: A arte de Contar Histórias Memoráveis” (2018), pode ser uma técnica interessante em um recurso didático, pois parte de aspectos semelhantes entre o protagonista da história e o leitor do texto. Por exemplo, se o público-alvo é uma turma de adolescentes, uma história sob esse ponto de vista seria atraente; já se o público for a Educação de Jovens e Adultos, um protagonista mais maduro e experiente traria maior identificação. Com essa técnica, poderiam ser trabalhados os seguintes elementos de storytelling mencionados no livro virtual:

a) Promover altos e baixos: o protagonista da história pode representar as dificuldades e os êxitos vividos pelos estudantes.

b) Instigar a curiosidade: a história pode oferecer diversas possibilidades com relação ao destino do protagonista.

c) Explicitar a mudança: a percepção de uma evolução comportamental a partir dos desafios e das escolhas do protagonista pode ser um aspecto motivador para o estudante.

 

 

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Re: Técnicas do Storytelling

por Ana Claudia Burmester -

Os elementos de storytelling relacionados no material me pareceram bastante interessantes para serem utilizados em diferentes recursos e estratégias educacionais. Inclusive, se pensarmos em uma aula enquanto um "roteiro", é possível compreender que tais elementos podem e devem fazer parte da "narrativa" que é desenvolvida por meio do planejamento e de diferentes recursos. Por exemplo:

  • Promover altos e baixos: A ideia de trazer contrapontos quebra a linearidade do pensamento e dos conteúdos, mobilizando os estudantes a quererem acompanhar o desenvolvimento da atividade. Pode-se, por exemplo, apresentar um outro ponto de vista sobre um tema já bastante debatido pelos estudantes.
  • Instigar a curiosidade: Fazer o movimento inverso ao que geralmente ocorre: em vez de surgir com afirmações e respostas, gerar dúvidas e questionamentos e instigar que se pensem em possibilidades.  
  • Explicitar a mudança: Acredito que aqui caiba, como exemplo, o próprio processo de autoavaliação, pelo qual o estudante consegue visualizar as mudanças que ocorrem em seu processo de aprendizagem e perceber as etapas avançadas.
  • Histórias paralelas: Assim como as multimídias, fornecer informações variadas, de fontes diversas, sobre o mesmo tópico, para os estudantes que puderem e quiserem se aprofundar em temas que são relacionados à atividade desenvolvida. Dessa forma, as informações - e histórias - paralelas podem se complementar. 
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Re: Técnicas do Storytelling

por Juliete Alves Dos Santos Linkowski -

O que eu mais percebo de interessante certamente é a possibilidade de instigar a curiosidade. Quando atuei como professora, por diversas vezes pude sentir esse interesse dos alunos por histórias, independente da idade.

Utilizar a técnica da contação de histórias para criar um recurso educacional é bem interessante, pois sugere pensar várias etapas, considerar um roteiro em que primeiramente o tema será apresentado, depois o momento que aparentemente parece estar tudo tranquilo até que surge uma dúvida (uma problematização) e então é necessário investigar, apontar soluções, propor alternativas. Talvez mais de uma possibilidade. E por fim, levar o aluno a se perceber diferente do início da atividade proposta, levá-lo a perceber uma mudança de estado inicial, assim como geralmente acontecem nas narrativas. Isso parece realmente despertar a atenção do aluno. É com certeza uma técnica motivadora.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Luciane Da Costa Campolin -

A história faz parte da nossa vida e a prática de contar histórias é uma ação muito antiga utilizada por povos antepassados como ferramenta de transmissão e compartilhamento de sua identidade e cultura. A prática da “contação de histórias” tem como convite aos envolvidos adentrarem ao mundo da imaginação. Contar histórias faz com que os ouvintes vivenciem situações e emoções e com essa experiência aprendam lições  e como lidar com certas situações sem mesmo terem vivenciado-as na vida real. A contação de histórias desenvolve habilidades cognitivas ao mesmo tempo que educa, além de promover a aprendizagem significativa. No entanto, esta deve ser realizada como uma ação planejada e com objetivos bem definidos. Como docente da área de Letras, sempre utilizei a contação de história nas minhas aulas por concebê-la como um recurso didático que favorece a aprendizagem. Hoje, quando trabalho com os professores nos cursos de formação, sempre que possível me utilizo desse recurso e é interessante perceber como isso é significativo para eles. No desenvolvimento do meu recurso educacional, para essa unidade curricular, inseri uma contação de história para trabalhar um conteúdo bastante teórico, sobre a avaliação, que certamente seria bem cansativo se fosse trabalhado apenas através da leitura e discussão. Pretendo utilizar esse recurso na aplicação do meu produto educacional, daí terei o feedback dos participantes quando ao recurso utilizado. Espero que gostem da história

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Re: Técnicas do Storytelling

por Paula Regina Correa -

Penso que tudo nas técnicas de contação de histórias (e estórias) pode ser aproveitado para a produção de materiais didáticos.

Aliás, se a escrita acadêmica se apropriasse mais dessa contação, provavelmente teríamos muito mais ampliado o acesso à produção de seu conhecimento.

Eu já conhecia a jornada do herói e conhecia o conceito de storytelling, mas não conhecia todas as estratégias apresentadas pelo Viver de blog no vídeo.

Achei bem estimulante a proposta e me sinto imbuída a escrever - não seria a literatura o caminho que eu precisava encontrar para pensar num recurso educacional atrativo e, de fato, exitoso?

Lembrei-me das várias vezes em que utilizei anedotas para contar causos aos meus alunos e estimulá-los à construção de conceitos complexos, como o de paradigma, por exemplo. Lembrei, também, de uma experiência em que utilizei a contação de uma estória dita infantil para trabalhar gênero com bombeiros militares e que foi, de longe, das minhas melhores experiências em sala-de-aula.

O menino Nito conta a estória de um menino que chorava demais e, então, tinha aprendido que "homem não chora". Por isso, Nito construiu uma espécie de dique, pra guardar todas as suas lágrimas não choradas. Com o tempo, ele foi ficando triste, doente, até que seu pai levou-o ao médico. O diagnóstico foi certeiro: ele precisava desachorar/desaguar o dique.

Depois da emoção trazida pelo livro, falamos sobre "coisas de homem" e "coisas de mulher" e os bombeiros contaram infinitas histórias de vida e vivência da profissão. Falaram também sobre a pressão pelo desligamento emocional para o desempenho da técnica e sobre o quão difícil é atender a ocorrências que envolvem crianças. Foi uma choradeira só e nós todos ali nos tornamos mais humanos.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Luis Fernando Rampellotti -

Percebo a contação de histórias como um recurso que desperta interesse, curiosidade e envolve os indivíduos, dirigindo a atenção a um ponto objetivo.  

Um recurso que já utilizei foi inciar determinado conteúdo com um "caso" fictício em que um paciente chegou à emergência de determinada forma e a partir de sua manifestação clínica (sinais e sintomas) estimulei os alunos a reconhecerem e estudarem o conteúdo de determinada emergência. A aula partiu portanto, de uma história.

Outra experiência foi na aula de ética, em que cada grupo de alunos recebeu uma história de um dilema ético pela metade e, foram convidados a concluir a história em forma de teatro, de modo que no desfecho a atuação do técnico em enfermagem diante do dilema ético tenha respeitado o código de ética da profissão. 

Acredito que  dessa forma os alunos são motivados e participam mais ativamente da educação, além de refletirem sua prática e relacioná-la ao cotidiano da profissão. 

 

 

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Re: Técnicas do Storytelling

por Fernanda Martini de Andrade -

Confesso que o termo "storytelling" é novo pra mim. Talvez pela minha formação acadêmica ser de uma área muito diferente - nutrição. Mas lendo um pouco e vendo vídeos sobre o assunto, percebo como a utilização de histórias ou estórias contribuem e enriquecem o processo de aprendizado em todas as idades, através da reflexão e imaginação que despertam.

As histórias que ouvimos, desde a infância, muitas vezes simples e curtas, mas sempre muito ricas e carregadas de conteúdo, nos ajudam, a partir da sua interpretação, a desenvolver nossa visão de mundo e nossos valores através das emoções e sensações que nos causam. Histórias contadas por nossos pais e avós são sempre ouvidas com muita atenção e carinho e, através deste processo de contação, são transsmitidas entre as gerações, carregadas de conexões emocionais e pessoais.

Os valores e lições trazidas pelas histórias ficam memorizados e são automaticamente retomados em várias situações da vida, o que torna esse um recurso muito interessante para ser integrado aos materias didáticos.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Elisandra Gomes Squizani -

Penso que o professor é um grande contador de histórias na sua essência, na tentativa de incluir o aluno em um mundo que, muitas vezes, é novo pra ele, como é o caso do conhecimento científico. No entanto, a denominação Storytelling é nova pra mim, não a conhecia e nem havia pensado nesta perspectiva.

No ensino de ciências, área em que atuo, o conhecimento cotidiano, a vivência do aluno, é um meio de contextualizar o tema a ser estudado e assim iniciar a transposição didática, onde o conhecimento cotidiano é colocado em situação real de ensino para se transformar em conhecimento científico. Neste contexto, contar histórias é uma ferramenta importante nesta contextualização dos conhecimento científico com as vivências dos alunos.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Tharin Lapolli Fiorenzano Da Silveira -

As técnicas de "storytelling" permitem criar uma conexão entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem por meio da contação de histórias. Isso é importante porque não basta contar uma história, é necessário que essa história encontre eco nas pessoas que a estão recebendo, e é aí que está a importância de atentar-se para essas técnicas.

Em relação ao meu produto educacional, trata-se de um tema que envolve um assunto que infelizmente tornou-se controverso, muitas vezes por falta de conhecimento mesmo: Direitos Humanos. Só de ouvir esse nome, algumas pessoas fecham-se para a informação, o conhecimento, ou mesmo o diálogo que possa vir depois. Isso faz com que trabalhar esse assunto com alunos e alunas seja bastante desafiador nos dias atuais, e certamente precisarei estar a todo momento da pesquisa e da elaboração do produto educacional, pensando em formas de criar conexão com os sujeitos para gerar essa abertura.

Quanto às etapas do meu produto educacional, uma intervenção dividida nas etapas de exposição, sensibilização e etapa ativa, acredito que as técnicas de "storytelling" podem auxiliar na primeira etapa, para que não se torne massante, para que gere interesse. Acredito que tais técnicas encaixam-se ainda melhor na segunda etapa, pois para gerar a sensibilização esperada é necessário conseguir criar conexão com os sujeitos, conseguir acionar seus sentimentos e emoções.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Elaine Cristina Pamplona Seiffert -

Olá professor e colegas,

Tenho percebido que para buscar o engajamento dos alunos para determinado projeto é preciso sensibilizá-los, para isso a contação de história é uma ótima estratégia. Eu faço isso com frequência, não sabia que se tratava de storytelling.

Um bom livro que utilizo para sensibilizar os estudantes é o pequeno príncipe, no período diagnóstico  (início do ano letivo) para conhecer os estudantes, seus valores, sua bagagem, seu engajamento nas ações esperadas para o ano letivo. Segue abaixo meu plano de aula para utilização do livro: O pequeno príncipe.

E o melhor é quando você percebe que os próprios estudantes são capazes de criarem histórias como resultado do que aprenderam. Confiram a produção da minha aluna Kayla no final.

1 - PRIMEIRO MOMENTO: Sensibilização

O objetivo do diagnóstico este ano foi de sensibilizar os alunos para a importância da leitura. A leitura funciona como um portal para novos mundos. O leitor pode ser crítico, pode ser autor e pode ser personagem das histórias que lê. O livro escolhido foi O Pequeno Príncipe.

METODOLOGIA:

1 –  Leitura do livro o pequeno  príncipe.

OBJETIVO: Este livro foi o escolhido por sua linguagem tão simples quanto profunda, e pelo tema, o qual,  valoriza a amizade.  

2 - SEGUNDO MOMENTO: informação

Complete o mapa conceitual com os personagens encontrados pelo Pequeno Príncipe durante sua jornada e os ensinamentos que cada um nos passa.

METODOLOGIA: leitura das entrelinhas, buscar as mensagens que cada personagem nos passa e que não necessariamente está escrito.

OBJETIVO: Levar o leitor a entrar na história e tornar-se personagem para encantar-se com a leitura. 

3– TERCEIRO MOMENTO: RESPONSABILIDADE

O pequeno príncipe tinha tarefas a cumprir em seu planeta: remexer os vulcões e ter muita atenção com os baobás. É preciso cuidar do local onde se mora.

Os vulcões podem ser representados por nossos instintos e os baobás, nosso medo (O medo nos paralisa). Agir sem pensar destrói tudo a nossa volta. Os instintos precisam ser controlados, por isso o pequeno príncipe cuidava dos vulcões.

” – É uma questão de disciplina (…)”

ATIVIDADE:

1 – Se você fosse um rei ou príncipe como seria o seu mundo?  Descreva suas características de acordo com sua personalidade e os detalhes do mundo governado por você:

 Kaylla Wagenfuehr Miranda – Turma 74

 

Se  o mundo fosse meu

 tudo seria perfeito.

Não haveria nada de errado

  então seria tudo direito.

 

Haveria lixo sim,

Mas todos iriam reciclar

Ninguém iria ser bobo

De em um lugar sujo morar

 

Energia então, nem me fale

Todos iriam economizar

Luz acesa? Só com gente em casa

Sem energia ninguém quer ficar.

 

As estrelas ficariam bem pertinho

Para quem quisesse poder tocar

Assim todos poderiam deitar a noite

E melhor sonhar.

 

Mãe e pai seriam eternos

Nunca iriam morrer

Alguém pensou nessa idéia?

Não! Pode crer!

 

E o meu mundo seria assim

Sem poluição e coisa ruim

Energia? Digamos... economia

E os amigos pertinho de mim.

 

 

VOU TERMINAR ESSA POSTAGEM DEIXANDO COM VOCÊS MEUS QUERIDOS, UMA MENSAGEM DO PEQUENO PRÍNCIPE E AGRADECER POR ESTAREM COMIGO NESTA JORNADA. 

 

 

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Re: Técnicas do Storytelling

por Paula Regina Correa -

Que linda ideia, Elaine! E que amor o poema da Kayla.

Obrigada pela dedicatória e por também estar conosco nessa jornada.

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Re: Técnicas do Storytelling

por Elaine Cristina Pamplona Seiffert -

Obrigada pelas suas palavras Paulinha. Vou levar muito de você comigo. Sua disposição para ajudar, seu protagonismo, suas palavras sempre sábias e bem colocadas na hora certa (me chamou a atenção porque sou muito impulsiva), sua calma, sua serenidade. 

Posso dizer que você me cativou. Como na conversa abaixo entre a raposa e o pequeno príncipe:

Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. [...]  E depois, olha! Vês lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

Estamos juntas colega!!!

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Re: Técnicas do Storytelling

por Paula Regina Correa -

Elaine, querida, tu és pura poesia!

Também levarei muito de ti comigo e do quanto aprendi.

Quando leio o que escreves sobre mim, fico sem saber o que dizer, mas, ao mesmo tempo, penso que falas de ti. Tu és preciosa!

Obrigada.

Em resposta à Douglas Paulesky Juliani

Re: Técnicas do Storytelling

por Ione Brum da Silva -

Trabalho com direito de família e, embora nunca tenha considerado o assunto, por desconhecer essa nomenclatura, sempre utilizei e utilizo essa técnica. Quando se trabalha em uma área que diz diretamente com os sentimentos das pessoas, com a sua história de vida e, geralmente, com situações que trazem a ruptura do modo como, até então, viviam, é muito importante a sensibilização. Isso se dá, especialmente, com narrativas que possibilitem aos acadêmicos, futuros profissionais, colocarem-se no lugar do outro, desenvolverem a alteridade. Também essa técnica será muito utilizada no produto final que vou desenvolver, pois trata-se de utilizar a mediação como forma de prevenção-composição de conflitos entre os alunos, a partir das lideranças estudantis. Isso será feito através de formações que envolverão situações reais e hipotéticas que desenvolvam a capacidade de estabelecer-se a comunicação não violenta. Assim, a storytelling está presente na minha atividade profissional, com muita frequência.