Discussões presentes no livro digital [Módulo 3]

Design é estética?

Design é estética?

por Douglas Paulesky Juliani -
Número de respostas: 15

O Design, principalmente o design gráfico/visual, tem uma relação direta com a estética, com o fato de algo se tornar agradável aos olhos. No entanto, a atenção para estética é apenas uma premissas do bom design. Pense na cadeira que você está sentado(a), por exemplo, ela pode ser agradável aos olhos, mas pode não ser nada confortável. Ou ao contrário, pode ser confortável, mas ser "feia que dói", como dizem. Quando pensamos em design visual e focamos em questões relacionadas à aparência, não estamos indicando que algo deve ser belo apenas com intuito de agradar. No caso de um recurso didático, elementos como contraste, hierarquia de informação, alinhamento e continudade atendem também necessidades físicas, ergonômicas. Já pensou ter que ler um texto com uma fonte muito pequena, sem espaço confortável? Já experienciou alguma imagem que era difícil de ver porque não apresentava contraste? Já pegou um caminho errado porque a sinalização não estava clara? Design vai muito além da estética. É por isso que convidamos você a compartilhar com os colegas achados duvidosos de design. Considerando os princípios que você viu até aqui, poste algo que encontrou (uma peça gráfica, um móvel, um site, um vídeo, etc) que você acredita que poderia ser melhorado. Indique também o que você mudaria, considerando o que estudou. 

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Re: Design é estética?

por Eveline Boppre Besen Wolniewicz -

Boa noite professor e colegas,

Trago à reflexão dois exemplos de achados duvidosos de design.

No folheto da promoção do Veja, um fundo azul pretendendo chamar atenção de um carro - de cor também azul -  compromete a visibilidade do prêmio.  O olho não se concentra em vermelho / azul ou vermelho quando essas cores encostam uma na outra. Quando usadas em conjunto elas vibram, criando um ruído. Por isso deve-se evitar essas combinações. Todavia, como ação de melhoria, uma opção para minimizar esse ruído seria alterar a cor de carro para vermelho, pois também é uma cor do produto promocional, o VEJA Multiuso.

Na segunda imagem, a da exposição, deve-se evitar colocar texto sobre fotos.  Vemos o desastre causado por uma série de escolhas infelizes: o título muito fino, sobre uma foto com muitos elementos, praticamente desaparece.  Nesse caso, uma das saídas é aplicar um fundo escuro, que permita criar um contraste melhor e tornar o texto legível.




Anexo promoção-dona-de-carro-veja-2016.jpg
Anexo Slogan exposição.jpg
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Re: Design é estética?

por Alessandra Bernardes Bender -

Relato abaixo minha experiência com o design da Plataforma Brasil, em especial ao necessitar encontrar o campo de “solicitação de alteração de Pesquisador Responsável”. Como podemos ver, na primeira tela abaixo, aparecem como campos a serem clicados os seguintes itens: ‘público’, ‘pesquisador’ e ‘alterar meus dados’. Porém, em nenhum deles se encontrava a solicitação de que eu precisava. Após pesquisar em sites e manuais sobre a plataforma em questão, descobri que era necessário passar o cursor sobre ‘cadastros’ e, como podemos verificar na segunda tela abaixo, apareceria o campo que eu procurava. Acredito que um design mais intuitivo, com a indicação de que ‘cadastros’ era um campo possível de ser clicado, teria me economizado muito tempo.

 

 

 

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Re: Design é estética?

por Paula Regina Correa -

Adorei, Alessandra! Excelente ponderação, inclusive porque experimentamos a baixa usabilidade da plataforma.

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Re: Design é estética?

por Elisandra Gomes Squizani -

Alessandra, muito pertinente tua colocação, uma vez que os itens na plataforma são confusos, não facilitando em nada a navegação.

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Re: Design é estética?

por Ana Claudia Burmester -

Não, o design não se trata apenas de estética. Os elementos visuais devem fazer parte do planejamento das estratégias e dos recursos pedagógicos a fim de chamar a atenção do estudante, incentivá-lo a participar do processo, destacar pontos importantes de reflexão, indicar sequências lógicas na organização do conteúdo. 

Refletindo sobre os recursos educacionais que pretendo utilizar na aplicação do produto educacional, parei para observar os elementos visuais do Mapa Mental que servirá de base para a organização da oficina formativa.

A primeira imagem mostra o Mapa original, quase sem elementos textuais destacados. Já, na segunda imagem, procurei trabalhar com cores e símbolos para tornar o visual mais atrativo aos estudantes, aproveitando os recursos que o software disponibiliza. Busquei também, em um banco de imagens gratuito, a imagem que utilizei no fundo do Mapa.

 

Será que ficou melhor, na funcionalidade e no visual?

 

 

Anexo figura1.png
Anexo figura2.png
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Re: Design é estética?

por Juliete Alves Dos Santos Linkowski -

sComo já mencionado no material didático estudado, há uma relação do design gráfico com a estética, com algo que seja agradável aos olhos, no entanto isso não deve ser o único fator para se analisar um produto, um material. Quando se pensa na utilidade do mesmo é necessário considerar aspectos que estão além da estética.

No caso desse site, (imagem abaixo), o objetivo primeiro foi procurar uma oportunidade para compra de um carro. Não sei se a loja é boa, se os produtos são bons, se as propostas realmente são atrativas, mas já no momento de abrir o site, senti total desinteresse em buscar o que procuro, primeiro por que não achei atrativo, as cores são muito contrastantes na minha opinião, não é harmonioso, há muitas informações simultâneas: procure seu carro aqui, fale conosco online, promoção carro em dobro.

 

O site me pareceu cansativo, não despertou meu interesse.

 

 

 

 

 

 

 

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Re: Design é estética?

por Carolini De Souza Vilela Correia -

Designfail

O objetivo era de mostrar um dentista atendendo seu paciente, no entanto,ficou de muito mau gosto.A estética é indispensável e necessária para que coisas como esta não aconteçam.

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Re: Design é estética?

por Elaine Cristina Pamplona Seiffert -

Olá professor e colegas,

Ao me deparar com um design que me afrontou fiz pesquisa e usei o Canva para mostrar que dá pra fazer diferente. Segue abaixo minhas considerações sobre o tema: 

Esta propaganda da Bombril intitulada “Mulheres que brilham” foi veiculada no programa Raul Gil em uma atração que buscava mulheres com talentos musicais, mas teve que ser suspensa por ser considerada racista, graças à logo que coloca o Bombril no cabelo da mulher negra. Tenho percebido no cotidiano escolar esse desgosto em relação ao cabelo afro entre minhas alunas adolescentes, isso se deve às chacotas, até mesmo sutis. O cabelo afro recebe frequentemente o título de cabelo ruim, sendo constantemente chamado de Bombril, fazendo referência à textura de palha de aço. Figueiredo (2015) descreve que:

(...) antes mesmo da criança negro-mestiça nascer há uma imensa especulação acerca da sua tonalidade de pele e da textura do seu cabelo. Dois fenótipos importantes para a autoclassificação da cor no Brasil. O desejo por filhas e filhos de pele mais clara, mas, principalmente, de cabelo menos crespo, se conecta com as representações de gênero. “Se nascer menina pode até ter uma pele mais escura, desde que o cabelo não seja crespo”. Em caso da criança ser um menino os pais se apressam em cortar bem curto os seus cabelos crespos (FIGUEIREDO, 2015, p. 154).

O cabelo afro é uma característica de raça, portanto essa propaganda fere a identidade negra conforme ressalta Figueiredo (2015):

Considerando a importância atribuída ao cabelo na definição do lugar a ser ocupado na escala classificatória da cor, o movimento negro brasileiro considerou o uso do cabelo natural como símbolo de afirmação da identidade. (FIGUEIREDO, 2015, p. 142)

 A mulher que traz a genética negra, historicamente é vítima de dupla discriminação: através do preconceito pela sua condição de negra e através do sexismo pela sua condição de mulher conforme ressalta Verena Stolke (2015) que fala sobre Interseções de gênero, raça e etnia:

A desdenhada imagem da mulata, síntese da mulher irresistivelmente sedutora e moralmente depravada, eximia homens brancos de qualquer responsabilidade, culpando, em vez disso a mulher (Stolke, 2015, p. 115).

 Fazendo um paralelo entre a sociedade colonial descrita por Stolke (2015) e a sociedade atual, podemos dizer que esta, mostra-se heterogênea. A heterogeneidade que apesar de tão temida nas sociedades coloniais, teimava em surgir, passa a ser uma característica vigente em todos os povos nos dias de hoje. Assim sendo, é inadmissível o racismo. Propagandas que parecem inocentes, ou que passam mensagens nas entrelinhas como esta nos envergonham enquanto mulheres e enquanto missigenadas, portanto também com sangue negro correndo nas veias. 

Abaixo um designer proposto para a propaganda da marca Bombril que eu faria, totalmente diferente. Pena que a Bombril não me conhece, poderia ser designer deles kkkk. 

Eu acredito que o design é fundamental e ao ser pensado, precisa levar em consideração o contexto e conhecer o público alvo. No caso de produtos usados para a limpeza diária, frequentemente as propagandas pecam ao atribuir esse dever à mulher, isso também é preconceito e discriminação. Tá na hora de abrir os olhos e ler as entrelinhas que nem sempre estão visíveis. 

 

 

Referências:

FIGUEIREDO, Angela. Carta de uma ex-mulata à Judith Butler. IN: In: Revista periódicus, Salvador,  n º 3, v. 1, p. 152-169, mai./out. 2015.

 STOLKE, Verena. O enigma das interseções: classe, “raça”, sexo, sexualidade. A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX. In: Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n º 1, p.15-42,  jan./abri. 2006.

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Re: Design é estética?

por Luciane Da Costa Campolin -

Boa noite professor e colegas

Acredito que o design é importante para a estética do produto. Na minha opinião a imagem abaixo apresenta cores muito fortes, muitas informações, imagens que baixa qualidade e que compromete todo o produto. 

 

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Re: Design é estética?

por Paula Regina Correa -

Vou fazer uma ponderação.

Acho que o design não tem a ver só com a estética, entendida como a ciência da aparência, mas tem tudo a ver com a Estética em seu sentido filosófico, que congrega também os fundamentos e as técnicas da arte, que, por conseguinte, precisam considerar os fins a que o produto se destina.

Como exemplo, pensei na minha sala de trabalho. São tantas mesas num espaço, tão despadronizado, são tantos fios, que provoca uma poluição visual e sinto que dificulta meu trabalho.

Para conseguir ilustrar um exemplo, trago aqui uma campanha da prefeitura de Barretos contra a dengue.

 Campanha dengue Barretos

Além da mensagem transmitida ser questionável, a peça é bastante poluída.

Os contrastes não favorecem nenhuma das informações, há destaques em todas as imagens utilizadas, não há alinhamento perceptível, a maioria das cores girta aos olhos, a logo da prefeitura e o brasão do município praticamente desapareceram sob o gramado. Enfim... nada certo.

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Re: Design é estética?

por Luis Fernando Rampellotti -

Boa tarde. Parece-me que este vídeo pode ser um exemplo de material que poderia sofrer melhorias na produção. Embora pareça um vídeo produzido a partir de uma aula prática, ele poderia ser produzido como objeto de aprendizagem orientando a formação de enfermeiros e auxiliando a preparação para a prática do procedimento em si. Os alunos poderiam rever o conteúdo e recuperá-lo quantas vezes quisessem e necessitassem após essa aula de laboratório ou antes dela. 

Para tanto seriam necessários cuidados com a escolha da câmera, uso de microfone, ambiente silencioso, descrição verbal ou subscrita do passo a passo do procedimento de coleta de sangue arterial, dos materiais necessários, ambiente silencioso, bem iluminado, outro aspecto seria um contraste entre o braço do voluntário e a mesa que o apoia melhorando a visibilidade do procedimento, o que poderia ser obtido por uma cor de fundo que evidencia-se o braço, uma vez que a roupa e a mesa eram brancas. 

Segue o link do vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=VSSID32kPGo

Anexo pixel-vfl3z5WfW.gif
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Re: Design é estética?

por Fernanda Martini de Andrade -

Trago como exemplo de material com design gráfico mal elaborado o cartão de visita abaixo:

Resultado de imagem para cartões de visita mal elaborados

 

O cartão está muito poluído, com pouca exploração de cores e muita informação que acaba dificultando a comunicação de forma clara e objetiva. Desta forma o telefone da empresa e a imagem (olhos) acabam tendo destaque maior do que os serviços prestados.

 

No meu ponto de vista, poderia ter tido um maior destaque nos contastes de cores e no alinhamento das informações.

Em resposta à Douglas Paulesky Juliani

Re: Design é estética?

por Elisandra Gomes Squizani -

Além de informações e conceitos, os recursos didáticos ou recursos em geral, precisam facilitar a a leitura ao destacar o que é mais importante, especialmente em materiais com um grande carga textual. Nas disciplinas de metodologia ou práticas de ensino que trabalho, é comum a síntese de textos na form de mapas conceituais com o intuito de organizar as ideias principais. No entanto, é comum a dificuldade na construção do mapa, no que se refere a hierarquização das informações , agrupamento e contraste. Vejamos  o exemplo abaixo, extraído da internet:

 

Pressupõe-se que o tema principal seja Mapa Conceitual por estar no topo do mapa, no entanto todos os conceitos do mapa estão com a mesma fonte e mesma cor, dificultando, em um primeiro momento, identificar a hierarquização das informações. Acredito que uma simples mudança na fonte ou na cor dos elementos já facilitaria a compreensão geral do mapa ao destacar as informações mais relevantes ou aquelas que trazem informações semelhantes.

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Re: Design é estética?

por Tharin Lapolli Fiorenzano Da Silveira -

http://professoraadabrasileiro.com.br/produto/curso-artigo-cientifico/

 Design é mais que estética. Auxilia na comunicação, o que é muito importante.

Passo a analisar a imagem acima com base nas leituras feitas.

Quando à proximidade, acredito que as informações estão bem distribuídas quando às mensagens que desejam passar. Nota-se que a professora Ada Brasileiro quis dar grande destaque ao seu nome. Mas talvez tivesse sido mais harmônico dar esse destaque dentro do fundo colorido também, ou ao menos com alguns elementos desse fundo colorido, pois do modo como foi colocado gerou-me uma sensação de descontinuidade.

O alinhamento pode ser também melhorado. Parte do texto está centralizado e outra parte alinhada à direita. O nome Ada Brasileiro parece estar fora. Talvez pelo hábito de centralizar, eu ainda manteria o título ao centro, e o nome da professora alinharia com o restante do texto. Acredito que ficaria visualmente mais limpo, os olhos não se confundiriam nas informações e haveria uma sequência para seguirem.

Se a opção fosse manter a parte com fundo branco com o nome da professora, acredito que elementos da parte de fundo colorido deveriam compor essa parte branca, em atenção ao elemento do design gráfico chamado repetição.

O contraste da imagem em geral achei bom, apenas o tom da mesa do professor não ganha muito destaque em relação ao seu fundo. Eu buscaria encontrar um tom que evidenciasse um pouco mais a mesa.

Em resposta à Douglas Paulesky Juliani

Re: Design é estética?

por Ione Brum da Silva -

Selecionei esta, entre tantas propagandas de extremo mau gosto, que carregam uma série de preconceitos. Certamente, quem criou este anúncio, com esta imagem, desconhece os princípios básicos do design, mas, sobretudo, não tem qualquer noção de direitos humanos. Trata-se de uma propaganda racista, misógina, revoltante. Explora a imagem de uma mulher, numa pose provocante, mas, pior que isso, faz um infame trocadilho com a cor da cerveja.

Anexo Mau gosto.jpg